Este não é um blog sobre flamenco. Este é um blog sobre como se sentir com 3 anos de idade, depois dos 30, bastando calçar seus sapatinhos mágicos e dar uns golpes, plantas e tacos no tablado. Blogs técnicos sobre flamenco existem aos montes por aí. Este é um blog sobre ser infectada por ele. Eu fui. E estou com uma doença rara, porém deliciosa, chamada flamenquite aguda.
O melhor: ela não tem cura.
Desistimos do ballet, rindo até hoje da secretária e a agradecendo todos os dias, pois por causa dela, hoje somos bailaoras e não bailarinas. Usamos sapatos e não sapatilhas. Vestimos vermelho e não rosa bebê. Gritamos ole, com caras, bocas e sobrancelhas erguidas.
A "revolta da secretária" nos levou ao flamenco.
"Amiga - ela me liga de novo, no início de 2013 - sábado vamos fazer uma aula de flamenco!". E eu "Vamos?" "É, numa escola onde eu passo em frente todos os dias, quando volto pra casa. Arruma uma saia comprida, pq as moças lá vão todas de saia." No sábado, peguei minha única saia comprida - vermelha (feliz coincidência) - e fui "só pra acompanhar, coitada, pra ela não ir sozinha..."
Fizemos uma aula de uma hora e meia, depois fizemos mais uma hora de castanholas... E pareciam ter sido 10 minutos.... Na recepção, encostei no balcão e a secretária disse "O Café Tablao precisa de gente bonita como vocês!" Esse sim é um comentário bom de se ouvir! Perguntei quanto custava o pacote e disse: "Posso pagar na próxima aula?" E a Pati: "Como assim? Nós vamos fazer?" E eu: "Você eu não sei... mas eu vou! (rs)". E fomos.
Demos um ole no ballet. Demos um ole na mesmice da academia. Demos um ole nas coisas que nos cansam no dia a dia. Porque, agora, flamenco é a nossa terapia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário